A felicidade de ter um filho e o desejo que ele cresça e seja feliz é grandioso e sem limites. O amor é incondicional e o medo que algo de mal lhe aconteça é diretamente proporcional. As emoções sobrepõem-se ao racional e não poucas vezes a ânsia de proteger a criança, torna-se num perigo e condiciona os seus desenvolvimento e bem-estar. A proteção contínua da criança impossibilita-a, também, de viver experiências essenciais, as quais beneficiam significativamente o seu desenvolvimento.
De um modo específico, quando a criança é muito protegida pelos pais, achando estes que estão a preservá-la de experiências negativas, geradoras de mal-estar, estão antes a aumentar constrangimentos com impacto negativo no seu desenvolvimento. Geralmente, a criança superprotegida, apresenta características como:
1. Baixa autonomia. Tem pouca experiência para resolver os seus problemas e realizar as suas tarefas quotidianas sociais, pessoais e escolares; torna-se numa criança que facilmente bloqueia, quando algo inesperado acontece.
2. Dificuldade em gerir a frustração. A criança, atualmente, vê as suas necessidades satisfeitas num curto espaço de tempo e de forma simples, muitas vezes à distância de um clique. Assim, perante as naturais contrariedades, tem escassos recursos pessoais para lidar com elas, por não ter experiências que a façam utilizar esses recursos.
3. Sentimento de insegurança. O facto de os adultos habitualmente auxiliarem a criança nas suas tarefas, esta adquire como princípio, a incapacidade pessoal em fazer algo sozinha. “Esta dinâmica exponencia o medo de falhar e a insegurança interna”, irradiando-se no seu dia a dia.
A fim de evitar a vivência destas situações, em nada abonatórias para a criança, é essencial que os pais a protejam, cuidem dela e garantam o seu bem-estar, à medida que certificam a sua liberdade, a possibilidade de experimentar vários papéis e de errar e frustrar-se perante situações, para si adversas.
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