top of page
Foto do escritorAlexandra Gomes

“Quando tiver filhos nunca…”: a ilusão da pré maternidade


“Nada de televisão até aos 3 anos”; “Não adormecerão na minha cama”; “Não comerão chocolates até aos 5 anos”; “Nunca permitirei que comam no carro”… Todos dizem que não seriam esse tipo de pais, até que… os filhos nasceram e a importância dessas palavras tornou-se relativa. O grupo de mães e pais defraudados pelas próprias convicções é grande.


Antes de serem pais dizem-se muitas coisas, quando os filhos ainda são bebés dizem-se muitas coisas, quando são crianças dizem-se muitas coisas… e à medida que vão crescendo apercebem-se que umas coisas são cumpridas e outras simplesmente não.


É essencial entender que todos são humanos e suscetíveis a mudar de ideias ou comportamentos ao longo do tempo. Seguem algumas possíveis explicações para este fenómeno social e de parentalidade:


1. Mudança de circunstâncias. As situações e circunstâncias de vida mudam e de espectadores confortavelmente “sentados no seu lugar” passam a autores da própria circunstância. Aí, as responsabilidades, pressões ou desafios podem levar os pais a considerarem as suas decisões anteriores.


2. Adaptação a uma nova realidade. Às vezes, os pais deparam-se com situações que exigem ações diferentes daquelas que imaginavam anteriormente. Eles percebem que, na prática, fazer algo que disseram “nunca” não é tão problemático quanto pensavam.


3. Aprendizagem e crescimento. À medida que os pais passam por diferentes experiências e aprendem com elas, podem perceber que as suas opiniões e abordagens mudam ao longo do tempo. E isto é normal no processo de crescimento pessoal.


4. Flexibilidade e adaptação. A parentalidade é imprevisível e desafiadora. Ser flexível e ajustável às circunstâncias pode ser necessário para lidar com as demandas e as responsabilidades que surgem.


5. Pressão social ou familiar. Às vezes, sobretudo as mães, sentem-se pressionadas por expectativas sociais ou familiares e acabam por fazer coisas que originalmente não tinham planeado, a fim de se ajustarem a essas expectativas.


Todas as pessoas têm as suas próprias jornadas e experiências individuais. O autojulgamento dos pais por não seguirem rigorosamente as suas declarações anteriores do “eu nunca” é injusto e frustrante pois a maternidade é uma experiência complexa e em constante evolução. O mais importante é que os pais tomem decisões bem pensadas e baseadas no melhor interesse dos seus filhos, mesmo que isso signifique mudar de opinião ou ajustar as suas abordagens ao longo do tempo.

47 visualizações0 comentário

Posts Relacionados

Ver tudo

Kommentare


bottom of page