“As letras que elas produzem, são muito desorganizadas e variáveis, mas isso é bom para o modo como as crianças aprendem as coisas. Este parecer ser um dos grandes benefícios da escrita à mão.”
(Larin James)
No dia 23 de janeiro assinala-se o Dia Internacional da Escrita à Mão. Talvez porque seja um hábito que se está a perder, uma prática que não se quer esquecer e uma habilidade que representa uma mais-valia para a humanidade.
Escrever à mão continua a apresentar vários benefícios a que a evolução tecnológica ainda não conseguiu igualar-se. Alguns desses benefícios são:
Aumenta a criatividade e a capacidade de reflexão. A escrita manual facilita a descoberta de novas ideias, organiza o pensamento e permite um maior estado reflexivo; este movimento de criatividade e reflexão é potenciado com o uso de esferográficas de várias cores.
Melhora a memória e retarda a declinação mental. Ao escrever à mão são ativados os centros da própria memória e não do computador, do tablet ou telemóvel, cuja memória é a dos próprios dispositivos. Nestes, o que acontece é apenas uma transmissão passiva do conhecimento. A escrita à mão ativa alguns gatilhos cerebrais que exercitam várias competências, entre elas a memorização.
Promove a concentração. Ao escrever à mão, a aumenta a fluidez de ideias que se interligam, mantendo um fio condutor que ajuda a permanecer concentrado na tarefa.
Melhora a escrita. A escrita manual transmite a consciência na responsabilidade em escrever bem, corretamente, pela ausência de corretores ortográficos automáticos ou atalhos que acelerem o processo de escrita. Paralelamente, ao escrever à mão é pedido maior esforço físico que ajuda a manter o foco no essencial.
Facilita a compreensão. A investigação científica revela que os alunos que mais anotações fazem manuscritamente, apresentam melhores resultados escolares, comparativamente aos alunos que apenas usam o computador para escrever. A escrita manual, ainda que mais demorada, auxilia a escrita, a interpretação do texto e a redação por palavras próprias.
Melhora o humor e ajuda a superar estados de depressão e ansiedade. A escrita manual sobre as tristezas, as inquietações e os próprios medos é uma boa terapia para se libertar do que o angustia, preocupa, frustra e deprime, à medida que permite um estado de maior tranquilidade.
Evoca a importância de ter o seu espaço e privacidade. Nos momentos em que se escolhe retirar e escrever manualmente, apenas com um papel e uma caneta, o espaço e o tempo são só seus e representam uma oportunidade de reencontro consigo próprio, com a sua essência.
Ajuda a definir prioridades. O ser humano tende a “ruminar” nos próprios pensamentos, levando a estados emocionais deprimidos ou ansiogénicos. A escrita, particularmente a escrita manual, não permite essa ruminação pois ativa a criação de novos pensamentos, novas reflexões e várias soluções para o que, cognitivamente, parecia não ter solução.
Estes parecem motivos válidos, não só para resgatar os benefícios da arte da escrita, como para celebrar uma prática desde sempre tão importante para a humanidade.
Referência Bibliográfica
Piazzi, P. (2015). Aprendendo Inteligência. Manual de instruções do cérebro para estudantes em
geral. São Paulo: Editora Aleph.
Comments