A presença constante dos ecrãs na sociedade despoleta questões, gera inquietações e leva a conclusões.
A investigação mostra que o tempo estimado que um trabalhador passa anualmente em frente a um computador é, em média, 1700 horas. Combinando este facto com a dependência resultante do uso crescente dos dispositivos digitais, as consequências negativas na saúde ocular dos adultos parecem ter cada vez mais importância. Esta reflexão torna-se imperativa quando se trata da exposição das crianças aos ecrãs, desde as consolas, passando por vídeos do YouTube, até às redes sociais, tudo são meios de apego digital. Perante esta realidade, os pais têm muitos motivos pela preocupação sentida com o tempo que os filhos passam em frente aos ecrãs.
Segundo a autora e consultora de comunicação Carolanne Bamford-Beattie, derivado sobretudo da pandemia do COVID 19, o tempo em demasia passado em frente aos ecrãs gera, nas crianças, o risco de desenvolver o chamado “cansaço ocular digital”, traduzido em problemas de saúde ocular, com vários efeitos secundários desconfortáveis. Destes efeitos destacam-se as dores de cabeça, a visão embaciada, os olhos secos e irritados, a fadiga ocular e a dor no pescoço e nos ombros.
A mesma autora reitera os resultados de várias pesquisas, as quais concluem que não passar tempo suficiente ao ar livre pode afetar o desenvolvimento dos olhos das crianças. A luz natural desempenha, nas estruturas oculares em crescimento, um papel fundamental.
Concomitantemente com a pouca saúde ocular, o tempo excessivo passado em frente aos ecrãs, prejudica a capacidade de atenção das crianças, condicionando a sua aprendizagem e o seu desenvolvimento saudável.
Também a luz azul emitida pelos ecrãs causa problemas no ciclo de sono das crianças. Por isso deve haver um espaço de, pelo menos uma hora, entre a exposição ao ecrã e a hora de dormir, a fim de evitar confundir o cérebro entre o dia e a noite.
Apesar de ser um facto a presença inevitável dos ecrãs por entre adultos e crianças, a forma como estes são acolhidos é uma escolha pessoal, com características distintas no desenvolvimento pessoal e na saúde ocular de cada um.
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