Continuando a nossa viagem pelos elementos que se configuram como indispensáveis para o crescimento na infância, hoje é a vez de falarmos sobre o cálcio.
O cálcio é considerado essencial para o crescimento e aumento da estatura das crianças, desempenhando um papel importantíssimo na mineralização óssea, desde a formação até a manutenção dos ossos e dos dentes. Além disso, o cálcio participa de outros processos, tais como o transporte de nutrientes nas células, a secreção hormonal, a ativação e libertação de enzimas em várias vias metabólicas, a coagulação sanguínea, a contração muscular, a transmissão de impulsos nervosos e a regulação da função muscular cardíaca.
Como o cálcio não é produzido pelo próprio organismo, sendo necessário ser obtido através da ingestão diária de alimentos ricos neste mineral. São fontes de cálcio as hortaliças de folhas verde-escuras (como a couve, os brócolos e o nabo), as leguminosas tais como a soja, os peixes - sardinha, salmão, moluscos - e alguns alimentos enriquecidos. O leite e seus derivados são as principais fontes dietéticas de cálcio, já que este nutriente se apresenta com grande biodisponibilidade nestes produtos.
Alguns alimentos e outros produtos podem influenciar a absorção do cálcio no intestino. Este processo de absorção pode ser diminuído quando se consome grande quantidade de fibra na dieta, pela presença de fatores anti nutricionais nos vegetais (como ácido oxálico e o ácido fítico, por exemplo), pelo excesso de gorduras e de proteínas na alimentação, pela cafeína e álcool, por alguns medicamentos e devido à deficiência de vitamina D no organismo. Por outro lado, a presença de lactose na dieta pode aumentar a absorção deste mineral.
O fósforo é outro nutriente diretamente envolvido no metabolismo do cálcio, participando também da mineralização dos ossos. Tanto a ingestão excessiva de fósforo como o baixo consumo de cálcio podem alterar a proporção adequada entre eles, e um padrão alimentar que mantenha essa relação por muito tempo pode agravar a perda óssea de cálcio.
Em geral, as proteínas de origem animal (carne, peixe e ovos) são boas fontes de fósforo, assim como o leite e derivados, nozes, leguminosas, frutas e vegetais. Portanto, o fósforo está amplamente disponível nos alimentos. Assim, deve-se fazer um esforço consciente no sentido de selecionar porções suficientes de alguns alimentos ricos em cálcio para manter uma proporção adequada entre estes dois minerais.
Alguns estudos demonstram que o baixo consumo alimentar de cálcio na infância e na adolescência pode causar a diminuição do crescimento e desenvolvimento durante a puberdade e o aumento do desenvolvimento de sobrepeso ou obesidade, aparecimento de doenças ósseas, fraturas com maior frequência e osteoporose em idade mais avançada. Logo, as modificações alimentares ao longo do tempo com a redução no consumo deste mineral ou a substituição por alimentos pobres em cálcio na infância, trazem maiores riscos de deficiência, prejudiciais à saúde como um todo.
Uma boa saúde óssea está associada a hábitos alimentares saudáveis, especialmente com a ingestão adequada de cálcio, que deve ser estimulada desde os primeiros anos de vida.
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