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Foto do escritorAlexandra Gomes

Nem tudo é o que parece: a relação entre as redes sociais e a autoestima


A presença das redes sociais por entre as pessoas é cada vez mais forte e demarcada. Com as crianças e os jovens parece difundir-se nas suas vidas e depressa gera dependência com efeitos nefastos para a sua saúde mental e emocional.


Em novembro passado, a publicação da consultora de comunicação e autora Carolanne Bamford-Beattie chamou a atenção para um grupo de pais reunidos no Congresso em Washington DC, solicitando ao Senado a adoção de novas medidas para proteger as crianças dos efeitos do Cyberbullying e dos conteúdos tóxicos digitais naturalmente expostos a estes utilizadores. Em comum estes pais perderam um filho, em incidentes prejudiciais vinculados aos media. Lamentável…


Infelizmente esta inquietação é vivenciada pelos pais de crianças e jovens portugueses, que se encontram cada vez mais alienados, agressivos e iludidos com as suas próprias escolhas digitais.


Desde o advento dos smartphones, as taxas de depressão e ansiedade aumentaram significativamente entre os jovens. Segundo, os investigadores, o acesso permanente a conteúdos digitais de todo o tipo, a pressão para estar presente on line e o aumento do Cyberbullying são fatores gravemente adversos à saúde mental dos jovens e prejudicam significativamente a sua autoestima.


Mas qual a ligação entre as redes sociais e a autoestima?


A autoestima é mais do que apenas como cada um se vê. É, acima de tudo, o valor que a pessoa dá ao seu tempo, à sua vida e ao seu bem-estar. Uma baixa autoestima afeta todas as áreas da vida de uma pessoa, colocando-a em situações perigosas e vulneráveis e afetando especificamente:


·         A forma como cada um se valoriza e vê;


·         O tempo que despende a cuidar de si próprio (mente e corpo);


·         A capacidade de reconhecer aquilo em que é bom;


·         Como são tomadas as próprias decisões e o quão confiante se sente para afirmar os seus desejos e as suas necessidades e opiniões;


·         A crença de que merece ser feliz.


A investigação considera que existe uma ligação entre a baixa autoestima e o uso das redes sociais. Segundo o estudo da Royal Society of Public Health (RSPH), entre jovens do Reino Unido, com idades entre os 14 e os 24 anos, foram identificadas algumas asserções relativamente a esta relação:


·         O Instagram foi considerado a plataforma que mais condiciona a autoestima;


·         7 em cada 10 jovens relataram ter sofrido Cyberbullying;


·         Os jovens que usam as redes sociais por mais de 2 horas são mais propensos a relatar problemas de saúde mental e sofrimento psicológico;


·         20% afirmou acordar à noite para ver as redes sociais, repercutindo-se esta ação no maior cansaço sentido no dia seguinte;


·         As raparigas são mais propensas a serem vítimas de Cyberbullying e isso reitera o facto da forma como as raparigas mais facilmente se intimidam umas às outras, de forma insidiosa e passivo-agressiva.


Nas redes sociais a autoestima é afetada através dos “não gosto” do conteúdo publicado, da expressão de boatos e da ridicularização pública dos outros.


Em suma, as redes sociais podem ter consequências devastadoras, levando as vítimas à automutilação e a outros comportamentos destrutivos, incluindo a ideação suicida.


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