Nos últimos anos a Psicologia tem-se dedicado à relação entre as Inteligências Múltiplas e o desempenho cognitivo das crianças do ensino básico, particularmente com idades compreendidas entre os 11 e os 13 anos.
De entre várias conclusões destaca-se a direta proporcionalidade entre o Quociente de Inteligência Emocional (QE) e o desempenho académicos das crianças. Esta correlação valida a necessidade no desenvolvimento e na promoção das capacidades cognitivas das crianças, de modo formal – através da escola – e informal – nas atividades parentais e de lazer.
As crianças de hoje, os jovens de amanhã, correm o risco de reiterar o (pre)conceito antecipado a elas: a criação de uma “geração sem espinhas”, sem persistência, permanentemente “cansada”, pouco resiliente e facilmente frustrada. Então, através de atividades de promoção da(s) inteligência(s), as crianças aprendem a, perante um desafio, “colocar-se no lugar da solução”, promovendo as suas competências de criatividade e resiliência. Ao diligenciarem a sua criatividade, as crianças vêm aumentados os seus níveis de felicidade e diminuídos os atos de agressividade.
Segundo os investigadores Rendón e Ramírezi, uma das principais fontes da criatividade e da invenção radicam na liberdade de pensamento, capacidades que tendem a ser reprimidas pela urgência em seguir currículos académicos estandardizados, criados para o alcance de metas, procurando a massificação regular do conhecimento, em detrimento da promoção das capacidades individuais e da criação de novos conhecimentos, baseados na exploração e na descoberta, a partir de factos reais.
Por esta razão, sem retirar o mérito da escola, o processo de educação multidimensional deve considerar o papel dos contextos informais de educação e da família, para o seu desenvolvimento. Nestes contextos são aprendidas competências transversais, determinantes para o desenvolvimento integral das crianças, tais como a autoestima, o autoconceito, a empatia, a resiliência, a proatividade, entre outras.
Em suma, a estandardização da educação deve ser gradualmente substituída pelo desenvolvimento de programas educativos, baseados na identificação das inteligências mais desenvolvidas em cada criança, trabalhando-as a par com as componentes afetivas, e assim otimizar o seu desenvolvimento cognitivo.
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