Eis um tema que tantas reflexões tem originado. Um dos pilares mais importantes na parentalidade consciente é sem dúvida a construção de um ambiente que seja seguro e acolhedor para os nossos filhos.
Com isto surge a questão: como o fazer? É difícil. Mas o caminho passa por estabelecer, através de uma comunicação assertiva, limites claros e conscientes.
Muitas vezes, a palavra "limite" evoca imagens de rigidez e autoritarismo. Mas, vamos analisar com outra perspetiva? Na verdade, os limites são como "cercas imaginárias" protetoras, que definem o espaço onde os nossos filhos podem explorar o mundo com segurança. Sim, porque as crianças e adolescentes precisam de orientação, caso contrário reina a sensação de insegurança e confusão. Desta forma o desenvolvimento saudável pode ficar comprometido.
Agora um parêntese: não é esta a realidade que começamos a ver? Muitas crianças e adolescentes a sentir desde muito cedo muita ansiedade, desorientação, insegurança?
Estabelecer limites claros significa definir regras que sejam compreensíveis e adequadas à idade dos nossos filhos. É importante comunicar essas regras de forma assertiva, explicando o porquê de cada uma delas. Seja criativo e arranje formas dessas regras ficarem visíveis para serem relembradas até fazerem parte do dia-a-dia e não haver necessidade constante de relembrar.
É sobre sermos consistentes na aplicação dos limites, evitando oscilações que geram insegurança. E, acima de tudo, é sobre mantermos um canal de comunicação aberto, onde os nossos filhos se sintam à vontade para expressar as suas dúvidas e preocupações.
A parentalidade consciente não é sobre evitar conflitos, mas sobre aprender a lidar com eles de forma construtiva. Os limites claros e consistentes são estratégias que nos ajudam a enfrentar os conflitos, transformando-os em oportunidades de crescimento e aprendizagem, para as crianças e adolescentes e para nós, pais. Quando os nossos filhos compreendem os limites e sentem que são aplicados de forma justa, eles desenvolvem um senso de segurança e confiança que os acompanha por toda a vida.
É importante não esquecermos que os limites não são barreiras que nos vão separar dos nossos filhos, mas antes pontes de conexão, atos de amor que demonstra todo o compromisso em guiá-los e protegê-los.
Pense nisso.
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